Dando significado à jornada

Muitos são os desafios da gestão, em nossa cultura fortemente apoiada numa ação coletiva, um dos pontos mais comentados pelos gestores e gerentes é a solidão do cargo. Aquela sensação desconfortável de ver o “assunto” minguar quando se aproxima de um grupo de funcionários – evidenciando que o assunto era você, suas escolhas e posturas. Não significa que você esteja aquém do desempenho esperado, mas assim como em função de sua posição nem sempre você fala tudo que pensa, igualmente seus colaboradores não irão revelar todas suas ansiedades, além do fato de ser mesmo uma façanha, agradar a todos.

 

Saber entender esta característica tão humana é a premissa para não permitir que isso intervenha em seu compromisso de trabalhar para gerar um ambiente participativo, aberto e onde a confiança seja a base das relações. É claro que ao ocupar uma função gerencial ou de comando, sua exposição é máxima. Quem faz, usualmente comete deslizes e claro, espera-se que também obtenha muitos acertos. Aquele que promove mudanças e inovações, cometerá erros, experimentará inúmeras incertezas e dúvidas e irá observar estes sentimentos nos olhos de seus colaboradores.

 

Manter o foco no objetivo desejado é sem dúvida algo a ser buscado, o que nem sempre é fácil, mas ser líder é perceber a relevância de ter uma equipe comprometida. E para isto ser alcançado, muito dependerá da sua postura. Manter-se aberto, conseguir falar das “marcas”, dos aprendizados extraídos dos caminhos e escolhas que deram errado. Isto exige saber lidar com as críticas subliminares (e mesmo com aquelas não tão sutis assim). Críticas que surgem tanto interna quanto externamente. É conseguir sorrir frente às dúvidas e compartilhar este sorriso. É ver-se aprendiz e partilhar esta experiência de erros e acertos. Ao conectar-se de forma intensa consigo mesmo, o líder mantém este caminho aberto para todos da equipe. É por este caminho que as ideias continuam fluindo e que a confiança é mutuamente fortalecida.

 

Empreender mudanças é usualmente uma longa e turbulenta jornada, mas aqueles que assumem a responsabilidade de promover tais feitos conseguem identificar que este caminho pode dar a si mesmos o profundo sentimento de realização e significado ao olhar para trás. É conviver serenamente com o fato de ter chegado aqui, neste espaço de experiência e troca, sozinho e que é desta forma que irá partir. A solidão é a consciência de se estar só e, ao mesmo tempo, profundamente conectado.

 

Atuo na área de desenvolvimento de competências de liderança e empreendedorismo desde 2002, utilizando metodologias ativas que fortalecem a autorresponsabilização por meio de oficinas, palestras e cursos. Credenciada como facilitadora do Seminário Empretec e da ENAP (Escola Nacional de Administração Pública) há mais de dezoito anos. Sou formada em Engenharia Elétrica pela UnB, com formações em Gestão de Pessoas com base em competência, Coach (pela Sociedade Brasileira de Coaching) entre algumas outras. Entre clientes: Grupo InPress, Banco do Brasil, Sebrae Nacional, Sebrae DF, Sebrae AP, Sebrae MG, Almeida França Engenharia, IFCT/ Volta Redonda; CTIS, PGR, entre outros.

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